quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Enfim a notícia maravilhosa agora revelada!

Enfim a notícia maravilhosa será revelada!
Conseguimos nosso primeiro trabalho aqui!
Estamos muito felizes, podem acreditar!
Seremos catequistas da Igreja Saint Fabien e prepararemos uma turma de 11 crianças para o sacramento da Primeira Eucaristia. Estamos realizando a nossa maior missão nesta terra, a decisão de colocar nossa família a serviço do Senhor, levando a sua palavra, plantando a sua semente no coração daqueles que farão o futuro deste país. Ficaremos ricos, não de dinheiro, pois é um trabalho inteiramente de doação, mas sim de fé, alegria e satisfação.
O Senhor realiza em nós seus planos e nós o abraçamos com o coração ardendo de alegria.
Buscai primeiro o Reino de Deus e a Sua Justiça, e tudo o mais vos será acrescentado!
Obrigada, Senhor, pelo vosso imenso amor.
Maria, sempre à nossa frente!

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

(Re)começar! Eis que estamos prontos?

      Imigrar para outro país...
    
Nunca havia pensado nisso antes.
Para falar a verdade, às vezes me pego pensando como cheguei até aqui, a partir de um desejo de ter uma experiência de vida em outro lugar, conhecer uma nova cultura, servir a Deus em outra parte do mundo... mas tudo isso parecia algo muito platônico para mim. Eu realmente não imaginaria que um dia isso se tornaria real. E agora cá estou eu, aqui, vivendo no Canadá, conhecendo novos costumes, falando uma nova língua, abraçando novos desafios.
Sim, novos desafios... adaptação, língua, situação profissional, amizades, família, fé...
Muita gente me pergunta: Mas porque sair do status quo? , afinal, quando se tem um bom emprego, uma casa estruturada, uma família amorosa, amigos do peito, casa-comida-roupa lavada, o que se pode querer além disso?
Realmente eu não tinha resposta para esta indagação e às vezes até me perguntava o que me fazia mergulhar nesta "aventura" de (re)começar.
Hoje sinto que a imigração vai muito mais além do que uma mudança física de espaço, vai muito mais além do que a distância física daqueles que tanto amamos. É um processo profundo de amadurecimento.
E este processo começa a partir do momento em que decidimos dar este passo - imigrar. Chegar a esta conclusão requer de nós uma disponibilidade tamanha para realizar uma grande mudança em nossa vida. Requer de nós exercitar o desapego a tudo que amamos, construímos, realizamos. É um duro exercício este de ter que abrir mão, afinal de contas, não estamos acostumados a isso. Pelo contrário, se pudéssemos, viveríamos sempre fincados a tudo que nos dá segurança, a tudo o que nos dá estabilidade.
A decisão de imigrar, a princípio, causa em nós um pouco de medo, já que nos direciona ao imprevisível. Depois, vem o momento de transformar a decisão em ação e de concretizar aquilo que antes parecia algo tão distante, difícil de acontecer. Até que damos o passo decisivo.
E passamos a viver a realidade deste processo de imigração: refazer os planos, estabelecer objetivos, avaliar interesses, reunir esforços, construir novos laços, reavaliar valores, criar estratégias de integração, comunicação, assumir integralmente as tarefas domésticas, tudo bem diferente do porto seguro que já tínhamos. É um (re)começar! E descobrimos que por trás desta nova realidade, recheada de um turbilhão de emoções e sentimentos, há um maravilhoso caminho de crescimento pessoal, espiritual, emocional.
Então nos damos conta de que dar este passo significa muito mais do que pensávamos.
Descobrimos o quanto somos fortes e capazes de lidar com as adversidades da vida, descobrimos que a humildade não fere nosso orgulho e que nosso coração é muito mais solidário do que pensávamos. Aprendemos uma nova palavra RESILIÊNCIA.
Descobrimos que o mais importante é seguir em frente, sempre em frente.
Aprendemos que as frustrações tem muito a nos ensinar e que a paciência é um remédio maravilhoso para a ansiedade. Redescobrimos novos meios de manifestar e de receber amor de nossa família, buscamos mais e mais oportunidades de estarmos espiritualmente próximos e já não damos tanto valor a coisas pequenas, diferenças, defeitos. Tornamo-nos mais flexivéis na relação com os outros e muito mais disponíveis a dar do que a receber. Tornamo-nos mais humanos.
Há momentos em que a vida nos dá a oportunidade de tomar uma nova direção, realizar novas escolhas, rever antigos hábitos, (re)experimentar.
Isso se chama imigração. Como diz minha amiga Rachel "é uma escola de vida a tempo integral".
É uma experiência que nos convida a viajarmos para dentro de nós mesmos e de nos conhecermos profundamente. É uma experiência que nos devolve a nós mesmos a cada dia e  que nos dá a chance de realizar grandes descobertas.

Paz e bençãos!

Ana